Uma operação identificou situação precária de trabalho em um sítio localizado no município de Boqueirão, no Cariri da Paraíba, na quarta-feira (13). A ação foi montada pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) com apoio da Polícia Rodoviária Federal (PRF) para investigar o risco do uso de agrotóxicos para a saúde dos trabalhadores do local, após duas mulheres terem passado mal e denunciado a situação em um posto médico.
ERRATA: O g1 errou ao informar que foi constatada situação análoga à escravidão na plantação e que houve resgate de trabalhadores no local. Essas informações foram divulgadas pela Polícia Rodoviária Federal da Paraíba e depois retificadas pela equipe policial. A informação foi corrigida às 14h14 desta quinta-feira, 14 de agosto de 2021.
Pelo menos 20 pessoas trabalhariam no local, a maioria de Boqueirão, mas também da Bahia e de Pernambuco.
De acordo com a assessoria de comunicação do MPT, os trabalhadores não tinham carteira assinada e estão expostos aos riscos provocados pela utilização de agrotóxicos, que estariam sendo manuseados de maneira totalmente irregular. Mesmo assim, o cenário encontrado não configura uma situação análoga à escravidão, segundo o órgão.
Um pulverizador utilizado no sítio teria sido desenvolvido com a adaptação de uma motocicleta. O equipamento foi interditado.
Segundo o procurador Raulino Maracajá, também foi constatado o transporte irregular de trabalhadores. “Eles eram transportados sem segurança na carroceria de uma camionete”, destacou.
Ainda segundo Raulino, o MPT pode ajuizar uma ação civil pública caso os proprietários não corrijam a situação de irregularidades no prazo estabelecido pelo órgão.
O Ministério Público do Trabalho informou que vai continuar com as investigações sobre a atuação na plantação. Uma audiência foi marcada para o próximo dia 25 de outubro para, quando será apresentado um relatório com todas as irregularidades identificadas.
G1 Paraíba