Para defender o presidente Jair Bolsonaro, grupos de simpatizantes têm promovido campanhas de desinformação nas redes sociais que têm como alvo governadores de distintos partidos. O objetivo principal é terceirizar a responsabilidade por aumentos de preços de combustíveis. O governador da Paraíba, João Azevêdo é uma das vítimas dos boatos em redes sociais envolvendo governantes estaduais e combustíveis.
Desde setembro, o Estadão Verifica desmentiu seis boatos falsos em redes sociais envolvendo governadores e combustíveis, todos com alta viralização em grupos bolsonaristas.
Uma das postagens diz que o litro da gasolina “chega” ao governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), a R$ 2,05 e, depois, é vendido por R$ 6,14. O boato sugere que o governo estadual seria o responsável pela diferença entre o preço da gasolina nas refinarias da Petrobras e nas bombas de postos de abastecimento.
Além do ICMS, cobrado pelos Estados, o preço final da gasolina inclui a margem de lucro das empresas de distribuição, transporte e revenda. Outra parcela corresponde à cobrança de impostos federais (Cide, PIS/Pasep e Cofins). Também entra na conta o custo do etanol anidro adicionado ao combustível.
O governador da Bahia, Rui Costa (PT), foi acusado em publicação de cobrar sobre o gás de cozinha R$ 43 de ICMS – o valor, porém, é inferior a R$ 9. Outra postagem enganosa afirmou que “a culpa do aumento da gasolina” na Paraíba é do governador João Azevêdo (Cidadania) e que o Estado teria “o maior ICMS do Brasil”. A alíquota do imposto é de 29% – inferior, por exemplo, à que é cobrada no Rio, de 34%.