Crítico do posicionamento do pré-candidato à presidência da República Ciro Gomes desde que o ex-ministro perdeu as eleições em 2018 no 1º turno, o vereador de João Pessoa Junio Leandro (PDT) vem defendendo uma “unidade progressista” para derrotar o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) nas eleições do próximo ano.
Em entrevista, o parlamentar afirmou que o partido em nível estadual sempre teve uma boa relação com Lula (PT) e não vê problemas em formar aliança com o ex-presidente, alvo constante de ataques de Ciro.
O ex-ministro anunciou a suspensão da sua pré-candidatura após a bancada federal do PDT dar 15 votos decisivos para a vitória do governo a favor da PEC dos Precatórios na Câmara na madrugada desta quinta-feira (4).
“A nível de Paraíba, o partido tem um bom relacionamento com o presidente Lula, sempre votou junto e foi contra o golpe que tirou [a ex-presidente] Dilma sem crime nenhum. Portanto, aqui na Paraíba, existe uma abertura tranquila para essa unidade, mas claro que isso é uma decisão a nível nacional e que o partido nos estados também vai participar do debate para no momento certo poder se posicionar”, disse.
“Ainda estamos criando a conjuntura, mas nos manifestamos no sentido de ser super tranquilo subir no palanque do presidente Lula. Não temos problema algum aqui no estado da Paraíba estar ao lado dele, de Ciro, ou do também candidato à presidente [Guilherme] Boulos. Precisamos criar essa unidade popular”, enfatizou.
No Twitter, Ciro Gomes se declarou supreendido negativamente com a votação do partido e que o PDT “não pode compactuar com a farsa e os erros bolsonaristas”.
“Há momentos em que a vida nos traz surpresas fortemente negativas e nos coloca graves desafios. É o que sinto, neste momento, ao deparar-me com a decisão de parte substantiva da bancada do PDT de apoiar a famigerada PEC dos Precatórios. A mim só me resta um caminho: deixar minha pré-candidatura em suspenso até que a bancada do meu partido reavalie sua posição. Temos um instrumento definitivo nas mãos, que é a votação em segundo turno, para reverter a decisão e voltarmos ao rumo certo”, escreveu.
A PEC é a principal aposta do governo para viabilizar o programa social Auxílio Brasil — anunciado pelo governo para suceder o Bolsa Família.
A proposta adia o pagamento de precatórios (dívidas do governo já reconhecidas pela Justiça), a fim de viabilizar a concessão de pelo menos R$ 400 mensais aos beneficiários do novo programa no ano eleitoral de 2022.
Click PB