Por que essa implicância com Castro Pinto? Por professor Trindade

0 Comentários

E eis que volta a cantilena absurda de se mudar o nome do Aeroporto Castro Pinto. Há alguns anos, sob um pretexto descabido, ridículo, quiseram fazê-lo. Agora, a senadora Nilda Gondim sugeriu a troca do nome pelo de José Maranhão.

Não que o grande político não mereça tal homenagem. Pelo contrário: além de amante tenaz da aviação, Maranhão foi um dos maiores políticos que a Paraíba teve e, sem dúvida, sempre honrou o nome do nosso estado, por suas posições firmes, coerentes, como deputado estadual, federal, governador, senador, tendo sido um símbolo do famoso MDB histórico.

Que se façam, então, não só uma, mas várias homenagens a Zé Maranhão (era assim que gostava de ser chamado e é assim que sempre gostamos de chamá-lo); não faltam oportunidades; mas sem que se ofenda a memória de personalidades como Castro Pinto, de cuja trajetória falaremos um pouco, nas linhas seguintes:

João Pereira de Castro Pinto nasceu em Mamanguape, em 3 de dezembro de 1863 e faleceu no Rio de Janeiro, em 11 de julho de 1944.

Foi jornalista, político, magistrado e professor, não só na Paraíba, como em outros estados.

Fez os primeiros estudos no Colégio Rio Branco, aqui em João Pessoa, e o curso de humanidades, equivalente ao atual Ensino Médio, no Lyceu Paraibano. Formou-se em Direito pela Faculdade do recife, em 1886.

Teve destacada atuação na área jurídica, mas também como jornalista e professor. Foi deputado à Assembleia Constituinte pela Paraíba, promotor público e juiz federal substituto, tendo renunciado ao cargo para ser redator oficial do Senado Federal, uma prova do seu grande amor pelo jornalismo.

Castro Pinto foi eleito deputado federal em 1906, senador em 1908 e em 1912 torna-se governador (na época, denominava-se presidente) da Paraíba, por indicação de Álvaro de Carvalho.

Destaque-se na gestão dele a valorização das letras e artes, havendo, nesse período, as marcantes atuações dos escritores Rodrigues de Carvalho e Carlos Dias Fernandes. Em julho de 1915, renuncia ao cargo. Faleceu em 1944.

Justamente por sua atuação não só como jornalista, mas como gestor profundamente ligado às letras, é patrono da cadeira 33 da Academia Paraibana de Letras, que tem como fundador Samuel Duarte e é, atualmente, ocupada por Damião Ramos Cavalcanti.

É um orgulho para nós, paraibanos, portanto, que o grande benfeitor do nosso estado dê nome ao aeroporto, sendo descabidas essas tentativas de mudança.

Publicações:

Conferência proferida em 05 de agosto, no Centro Paraibano do Rio de Janeiro (1921).

Discursos Parlamentares (1902).

O estado da Paraíba do Norte (1914).

(Fontes dos dados: Arquivo CPDOC e site da Academia Paraibana de Letras).

 

Portal Correio

Anterior
Próximo

0 Comentários

Deixe uma resposta


Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.

15 49.0138 8.38624 1 1 7000 1 https://www.blogdobrunolira.com.br 300 0