Carnaval 2022: Ministério da Saúde não recomenda a realização da festa

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Por conta do avanço da pandemia da Covid-19 e do surgimento de novas variantes, o Ministério da Saúde não recomenda a realização do Carnaval em 2022. A orientação foi dada pela secretária da Secretaria Extraordinária de Enfrentamento à Covid-19 do Ministério da Saúde, Rosana Leite de Melo, durante audiências realizadas na Câmara dos Deputados e no Senado na quarta  e nesta quinta-feira (9).

Em uma apresentação de 10 minutos, Rosana ressaltou que o Carnaval está ligado a grandes aglomerações e vários dias de festa, um cenário propício para o surgimento de novas variantes. Ela explicou que o país está com os índices de vacinação avançados, mas que ainda é preciso seguir as medidas de distanciamento e higiene recomendadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

Mesmo afirmando que realizar o carnaval no ano que vem é “extremamente arriscado para o país”, a secretária considera “extremamente precoce” uma decisão definitiva sobre o carnaval neste momento, sinalizando que pode haver alguma mudança no futuro.

Até o momento, Belém, no Pará; Campo Grande, no Mato Grosso do Sul; Cuiabá, no Mato Grosso, e Teresina, no Piauí, são as únicas capitais que já confirmaram o cancelamento das festas de carnaval em 2022 por precaução em relação à pandemia.

Belém: a decisão foi divulgada no dia 30 de novembro pela prefeitura e abrange os desfiles das escolas, blocos de ruas e demais manifestações culturais de rua.

Campo Grande: as festas públicas foram canceladas, mas clubes, agremiações e espaços privados estão autorizados, desde que sigam as orientações de biossegurança.

Cuiabá: a decisão foi divulgada em 1º de dezembro pelo prefeito Emanuel Pinheiro (MDB), que informou que vai editar decretos proibindo a realização de festas públicas e privadas alusivas ao Carnaval.

Teresina: a prefeitura informou que não terá um calendário de comemorações de Carnaval em 2022, seguindo as orientações do Comitê de Operações Emergenciais (COE) do município, que avalia o cenário da pandemia.

No começo da semana, o Comitê Científico do Consórcio Nordeste recomendou que todos os nove estados da região não façam festas de réveillon e Carnaval, pois esses eventos poderiam intensificar a transmissão do coronavírus. As prefeituras do Recife e de Olinda, principais destinos quando se trata de Carnaval no Nordeste, ainda não se posicionaram oficialmente sobre o tema, e o Governo de Pernambuco avisou que tomará uma decisão apenas em janeiro.

Na Bahia, as ruas da capital Salvador ficam lotadas no período de Carnaval por conta dos trios elétricos e blocos tradicionais e, até agora, nem a prefeitura da cidade e nem o governo do estado se pronunciaram sobre o possível cancelamento da folia. Mas a Banda Eva e a cantora Daniela Mercury, que puxam alguns dos trios elétricos mais badalados do circuito Barra-Ondina, já anunciaram que não farão festas de rua em 2022.

Já na capital Rio de Janeiro, que é destino de muitos foliões e só em 2020 teve mais de 10 milhões de pessoas circulando durante o carnaval e contou com mais de 2.1 milhões de turistas na cidade, a festa continua sendo planejada. Porém, de acordo com o prefeito Eduardo Paes (PSD), a realização depende do cenário epidemiológico. As associações de blocos de rua da cidade adiaram para janeiro a decisão final sobre o Carnaval.

Em São Paulo, o Consórcio Intermunicipal Grande ABC, que é composto por sete cidades da região, anunciou o cancelamento do réveillon e Carnaval nos municípios. Mas, na capital, a prefeitura informou que não pretende tomar nenhuma decisão sobre o cancelamento do Carnaval 2022 na cidade, por enquanto.

Até o fechamento da matéria, as demais capitais ainda não haviam se manifestado oficialmente sobre o cancelamento do Carnaval 2022.

Dados Covid-19

De acordo com o balanço mais recente do Ministério da Saúde, divulgado nesta quinta-feira (9), o país registrou 9.278 novos casos e 206 óbitos por Covid-19. Desde o início da pandemia, mais de 22,1 milhões de brasileiros foram infectados pelo novo coronavírus.

O estado com a maior taxa de letalidade entre as 27 unidades da federação continua sendo o Rio de Janeiro, com 5,13%. O índice médio de letalidade do país está em 2,78%.

 

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