A artesã paraibana Silvana Pilipenko, que estava desaparecida na Ucrânia e deixou o país durante a guerra, deve chegar à Paraíba neste domingo (10). A informação foi confirmada pela irmã de Silvana, Mere Vicente, nesta quinta-feira (7). A brasileira falou publicamente pela primeira vez no dia 31 de março, desde que conseguiu sair do país e entrar na Crimeia, região anexada à Rússia em 2014. Em vídeo postado nas redes sociais, Silvana agradeceu a preocupação de todos e contou sobre a situação no país.
“Eu, minha sogra e meu esposo estamos fisicamente bem, mas emocionalmente abalados, e precisamos de um tempo para nos reconstruir. Foram dias difíceis, muito difíceis, mas eu agradeço cada oração de vocês, o empenho de vocês, porque eu tenho certeza que as orações foram parte fundamental para que a nossa saída [da Ucrânia] tivesse êxito”, disse.
Silvana Pilipenko vai desembarcar com o marido e a sogra primeiro em São Paulo, no sábado (9), em um avião que vai partir de Dubai. Depois seguirá viagem para João Pessoa, onde deve desembarcar por volta das 2h do domingo.
A brasileira passou 26 dias sem contato com a família, que mora em João Pessoa. Ela, o marido ucraniano, Vasyl Pilipenko, e a sogra, de 80 anos, estavam em Mariupol e foram encontrados pelo filho do casal, Gabriel Pilipenko, na terça-feira (29).
No vídeo, a artesã agradeceu a preocupação das pessoas no Brasil e pediu orações para a população ucraniana. “Continuem orando para aquele povo, para que ele continue sendo forte, continue resistindo e continue sobrevivendo a essa guerra. Eu peço a cada um de vocês que continue orando pelo povo ucraniano porque é uma situação muito delicada e quem está lá não vê muita saída, não tem muitas escolhas”, contou.
Imagem de bombardeio da Rússia na Ucrânia próximo à sede do governo do país, em Kiev (Foto: Presidência da Ucrânia)
Entenda o caso da brasileira que deixou a Ucrânia
A brasileira Silvana Pilipenko, de 54 anos, havia falado pela última vez com a família no dia 3 de março, quando disse que a cidade estava começando a ser atacada e sofria com quedas de energia. No dia anterior, um vídeo com notícias foi enviado à família (veja abaixo).
No vídeo, a paraibana disse que a cidade de Mariupol estava cercada e, por isso, não havia como sair de lá.
“A cidade está cercada pelas forças armadas, todas as saídas estão minadas, então é impossível tentar sair daqui nesse momento. Basicamente Mariupol faz fronteira com o país atacante, então não podemos seguir nessa direção. Se fôssemos para outra direção, no sentido Polônia ou Hungria, teríamos que atravessar todo território, o que não seria viável diante das circunstâncias e da distância”, explicou.
Ela também alertou que a comunicação poderia ser dificultada pela falta de energia elétrica.
Jornal da Paraíba