Os altos cachês pagos com dinheiro público por municípios em estado de calamidade foi repudiado pelo presidente do Tribunal de Contas da Paraíba (TCE-PB), Fernando Catão, durante entrevista ao programa Arapuan Verdade, desta quinta-feira (2).

Em levantamento feito com exclusividade pelo ClickPB, mais de R$ 19.343.500 em contratos firmados por 43 municípios da Paraíba já foram realizados, de acordo com dados foram obtidos junto à base do Tribunal de Contas do Estado (TCE-PB).

“O que chamou atenção do Tribunal foram municípios com pouco recursos e investimentos em obras contratarem e gastarem casos de mais de R$ 700 mil, não me parece que seja razoável um município com poucos recursos pagar um cachê dessa ordem. A coisa pública é como administrar sua casa. Se você está no aperto, e vai fazer um aniversário de seu filho, a festa é pequena. Notadamente me chamou atenção que são municípios que estão em calamidade pública”, disse.

Uma das recomendações do Tribunal foi o anúncio dos valores na propaganda das festas, assim como já acontece na divulgação de obras públicas, assim como em suas mídias. “É importante saber que os valores só podem ser empenhados e pagos se estiverem registrados no Tribunal de Contas, se isso não ocorrer, já merece ser repreendido. Também solicitamos que essas despesas fiquem nos portais de transparências dos municípios. Não há porque não disponibilizar”, destacou.

Ele chamou a atenção para os desafios gerados com o caos da pandemia e a recuperação que será necessária em diversos segmentos como o da educação, em que crianças e adolescentes precisarão de estruturas e corpo docentes aptos para que sejam recuperados os anos de prejuízos no aprendizado. “Como é que você pode admitir escolas sem tomadas, isso é muito grave. O computador sozinho não resolve problema da educação não. Você tem caso de escolas que compraram computadores e que nem tomada tem, não há estrutura. Os recursos existem, mas falta gestão qualificada para fazer valer esses recursos. Então, o desempenho da aprendizagem depende desses investimentos”, avaliou.

ClickPB