Bolsonaro faz chamada de vídeo com parentes de guarda petista morto em Foz Iguaçu

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O presidente Jair Bolsonaro (PL) fez uma chamada de vídeo, nesta terça-feira, com a família de Marcelo Aloizio de Arruda, o tesoureiro do Partido dos Trabalhadores (PT) que foi morto em sua festa de aniversário pelo agente penal Jorge Guaranho. Segundo o deputado federal Otoni de Paula (MDB-RJ), Bolsonaro vai se encontrar com os familiares do petista na quinta-feira, em Foz do Iguaçu (PR).

Na chamada com o parlamentar e dois irmãos da vítima, Zé e Luís Arruda — que não estavam presentes na festa de aniversário —, Bolsonaro disse que nada justifica o que aconteceu, “por mais que tenha tido uma troca de palavras grosseiras”. Além disso, defendeu que a esquerda tem politizado o tema e colocado em seu “colo” toda a responsabilidade pelo episódio.

— A gente sabe qual foi o lado que começou, mas fica essa imputação em cima de mim, como se eu fosse o responsável pelo que aconteceu, dado os meus pronunciamentos. Foi politizado pela grande mídia. A gente não concorda com esse tipo de comportamento. Se porventura me apoiem (pessoas com esse tipo de comportamento), peço que apoiem o outro lado. Eu sou vítima, eu levei uma facada — disse Bolsonaro na chamada.

Os dois irmãos de Marcelo, na ligação com Bolsonaro, se disseram apoiadores do presidente. Eles afirmaram respeitar o posicionamento politico do familiar, mas acrescentaram que a família só não admite que a esquerda fique “usando o caso para fazer politicagem”.

— A gente sabe que o ambiente onde o meu irmão foi velado é um ambiente totalmente esquerdista, tava lá, apareceu lá a Gleisi Hoffmann (presidente do PT), que eu tenho pavor, mas como o meu irmão é petista, e ela estava lá por ele, não vou me pronunciar, não vou falar nada — respondeu um dos irmãos.

O outro irmão, no entanto, disse que “viu o calor humano” na forma como a esquerda tratava Marcelo, criticando o fato de que o Clube Nacional, onde aconteceu o assassinato, não prestou solidariedade aos familiares:

— Vou falar para o senhor como um camarada que quer a continuação do nosso governo. Eu acho que, na hora do calor humano, a esquerda tem um avanço. Vou falar de uma forma até para a gente aprender. Eu vi o valor humano, diferente, em relação a ele (Marcelo). Como chegam, como fazem… Eu fui funcionário (durante) trinta e cinco anos daquele clube nacional, todo mundo sabe que eu sou favorável a sua causa, entendeu? E no velório do meu irmão, não deram nem uma coroa de flores pro meu irmão, sabendo que o episódio aconteceu na empresa. Na hora que precisar ser caloroso, a gente precisa ser humano — contou, emocionado.

Ao fim da conversa, Bolsonaro convidou os familiares para, em Brasília, participar de uma coletiva de imprensa, para “mostrar o que aconteceu, “mesmo que a imprensa tenha o grande objetivo de desgastar o governo”. Ao que Otoni de Paula completou:

—O mais importante, presidente, é esse simbolismo deles estarem ao seu lado e o senhor, como presidente da nação, pedindo a pacificação. Isso é o mais importante, mais importante do que a imprensa, mais importante do que tudo. Falei isso tanto para o Zé, como para o Luís, que o futuro do Brasil pode estar passando por essa casa aqui. Pode estar passando por aqui o não derramamento mais de sangue, que é o que estão querendo fazer no Brasil.

 

O Globo

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