Vídeo: Vital Farias fala sobre carreira e relembra sucessos de sua trajetória

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O cantor e compositor paraibano, Vital Farias, falou com o Blog do Bruno Lira sobre sua carreira, os grande sucessos e também falou que não se sente valorizado em seu estado. Vital Farias é natural da cidade de Taperoá, no Cariri.

Veja o vídeo:

Saiba mais sobre Vital Farias:

Vital Farias caçula de 14 irmãos. Foi alfabetizado com as irmãs através da Literatura de Cordel. Logo depois, começou seus contatos com a cidade de Taperoá, onde cursou o primário no Grupo Escola Felix Daltro. Fez exame de admissão e parte do ginásio na Escola Professor Minervino Cavalcanti.

Aos 18 anos, apesar da tradição musical da família, começou a estudar violão sozinho. Nessa época, mudou-se para a capital paraibana para servir o Exército Brasileiro (15º Regimento de Infantaria) onde passou dez meses e quinze dias. Saindo do exército continuou os seus estudos no Lyceu Paraibano em plena ditadura militar.

Nesse tempo Vital já compunha e  se sentia um cantador, pois as suas origens reclamavam da cultura do seu povo e trazia nas suas memórias, desde criança, muitas cenas em Taperoá e nos sertões vizinhos da profunda covardia que esmaga e oprime o trabalhador.

O artista participou de vários grupos musicais na cidade de João Pessoa, entre os quais, Os Quatro Loucos, que tocava o repertório dos The Beatles. Ministrava aulas de Violão e Teoria musical no Conservatório de Música, até se mudar para o Rio de Janeiro nos anos de 1970. E no ano seguinte foi aprovado no vestibular para a Faculdade de Música, na Cesgranrio, onde se formou em 1981.  Também conviveu e participou das artes cênicas no Teatro Santa Rosa, e realizava trabalhos teatrais: ora como músico, ator, e criador. Participou de atividades nas artes visuais (cinema).

Vital declara “Minha faculdade foi de música erudita. Inclusive hoje está tudo mais aberto. Se você tocasse uma música popular, você era mal visto. Só poderia tocar a clássica”. Ele relembra que, mesmo nessa época, levou para se apresentar na faculdade dois cantadores de viola: Gavião e João de Lima. “Hoje em dia está tudo absorvido, mas foi preciso brigar”.

Apesar desta influência (da música internacional) Vital não esqueceu as cantigas de seu povo, das ladainhas, das incelenças e cantilenas, e paralelamente desenvolvia um trabalho onde contemplava as suas origens.

Com esta experiência, tempos depois, residindo no Sul do país (Rio de Janeiro e São Paulo) ele participou do premiadíssimo filme “O Homem que Virou Suco” primeiro lugar no Festival Internacional de Moscou, em 1981.  Vital também atuou como diretor musical e roteirista poético.

Em 1975, no Rio de Janeiro participou da peça “Lampião do Inferno”, do diretor Luis Mendonça, juntamente com Pedro Osmar, seu companheiro de viagem e ex-aluno, Elba Ramalho, Tânia Alves, Kátia de França, Imara Reis,Tonico Pereira, Madame Satã, Hélio Guerra, Joel Barcelos, Walter Breda, Damilton Viana, entre outros.

No Rio de Janeiro começou a participar de shows e outros eventos artísticos, como a peça “Gota d’água” (1976), de Chico Buarque de Hollanda, atuando como músico. Sua primeira composição gravada foi “Ê mãe”, em parceria com Livardo Alves e gravada por Ari Toledo.

Nesta época foi perseguido pela ditadura militar, sendo impedido de cantar certas obras. Em 1978 pela Gravadora Polygram grava seu primeiro LP (VITAL FARIAS). Elogiado por toda a crítica brasileira, inclusive pela maior autoridade da crítica especializada no país José Ramos Tinhorão – historiador e crítico do Jornal do Brasil. Nesta época Vital continuou lendo, debatendo, fazendo palestras e cantorias. Dois anos depois saía “Taperoá”, seu segundo disco.

Conciliava as atividades teatrais, com poeta-cantador, compondo, participando de questões sociais e políticas do Brasil, chegando a participar da pela “Gota D’agua” de Chico Buarque e Paulo Ponts.

Vital por ser um cantador bissexto nunca teve muitas parcerias. A não ser com Livardo Alves, Jomar Souto, com a obra “Eu sabia, Sabiá”, nesta época, estava na Paraíba. E depois com Salgado Maranhão, no Rio de Janeiro, onde morou na casa do estudante universitário e, Botafogo.

Com esta experiência, tempos depois, residindo no Sul do país (Rio de Janeiro e São Paulo) ele participou do premiadíssimo filme “O Homem que Virou Suco” primeiro lugar no Festival Internacional de Moscou, em 1981.  Vital também atuou como diretor musical e roteirista poético.

No ano de  1982 lançou o LP “Sagas brasileiras”. Em 1984 lançou, pela Kuarup, o CD Cantoria I, com Elomar, Geraldo Azevedo e Xangai. Em 1985 lançou o LP “Do jeito natural”, uma coletânea com seus maiores sucessos como: ‘Sete cantigas para voar’ e ‘Ai que saudade de ocê’. No mesmo ano participou do álbum Cantoria II, com os mesmos integrantes do CD anterior. Depois disso resolveu parar de gravar por um tempo e passou a se dedicar aos estudos.

Em 2002 produziu o disco de estreia de sua filha e cantora Giovanna, no qual estão presentes 15 composições de sua autoria. O disco foi lançado pelo selo Discos Vital Farias. No mesmo ano lançou o disco “Vital Farias ao vivo e aos mortos vivos”. Recebeu, ainda no mesmo período, o título de Cidadão do Rio de Janeiro.

O trabalho de Vital Farias é considerado polêmico no que concerne ao Humano, Social, Político, Ecológico, e outros. Suas composições se destacam pela criatividade e pelo humor, mesclando o cancioneiro nordestino, sambas de breque, modinhas, xaxados, entre outros ritmos.

Ao planejar lançar por conta própria, uma série de livros chamada “Indignação”, cada um com 130 páginas ele enfatizou “Eu sou um cidadão do mundo. Não fico só com o violão na minha mão e minha cantoria”. A coleção fala de tudo, desde o compositor alemão Johann Sebastião Bach até o paraibano Zé Limeira, mitológico cordelista de Teixeira que teve suas primeiras publicações editadas pelo próprio Farias.

Vital é um artista completo, com multiplicidade artística, seja na música, teatro, cinema; além de sua atuação política, onde se candidatou por duas vezes para o Senado Federal, e obteve 100 mil votos no ano de 2006. Vital destacou “Eu me considero um senador eleito porque cem mil votos é uma verdadeira preciosidade”. Mesmo não ocupando uma cadeira em Brasília, Vital mantém consciência política. O paraibano desabafa “Vou dizer com muita tristeza que os mandatários do mundo inteiro fracassaram. O povo é ordeiro, que viver em paz. Não é a população do mundo que está perdida. Quem está perdida são os dirigentes”.

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