O ex-presidente e candidato do PT ao Planalto, Luiz Inácio Lula da Silva, criticou nesta 3ª feira (25.out.2022) a atuação da PF (Polícia Federal) ao cumprir o mandado de prisão contra o ex-deputado Roberto Jefferson (PTB) no domingo (23.out). O petista disse que a corporação foi “condescendente” com o aliado do presidente Jair Bolsonaro (PL).
“O que aconteceu com o senhor Roberto Jefferson, ele deveria ter sido preso. A Polícia Federal, inclusive na minha opinião, não agiu corretamente. Ela foi condescendente com ele”, disse Lula em live com apoiadores.
A ação armada de Jefferson contra os agentes da PF se deu por uma “falta de respeito às instituições”, segundo o petista, que associou o caso a Bolsonaro.
“Não é o Roberto Jefferson, é o que o Bolsonaro fala todo dia das instituições. O que ele fala de ofensa pessoal a ministros, a ministras, ao tribunal de justiça, ao Tribunal Superior Eleitoral… Ele tem por hábito ofender com palavras que eu nem gosto de falar. E o Roberto Jefferson disse algumas bobagens sobre a ministra do Supremo Tribunal Federal que eu jamais ousaria dizer 1% das palavras que ele disse. Ele ofendeu a ministra Cármen Lúcia e, hoje, voltou a xingar no depoimento. Ou seja, falta de respeito total.”
Lula afirmou que o que “está em jogo é se você quer ver um menino na televisão lendo um livro ou se você quer ver ele com uma metralhadora na mão” e que “a arma não educa, a arma mata”. O candidato do PT também prometeu elaborar um decreto para impedir a flexibilização do armamento no Brasil e voltou a falar na recriação do Ministério de Segurança Pública.
O ex-presidente também voltou a criticar Bolsonaro pela atuação no enfrentamento a covid-19: “Ele ficava zombando, dizia que (quem tomava) vacina, iria virar jacaré, que iria virar homossexual. Como é que pode um presidente ser tão maléfico, ser tão demônio assim, sabe, que não respeita as pessoas?”
IGREJAS
“Alguém dizer que eu vou fechar igrejas é de uma cretinice. Eu jamais fecharia uma igreja”, declarou o ex-presidente, que mencionou a sanção da Lei nº 10.825, de 2003, conhecida como Lei da Liberdade Religiosa, em seu 1º ano de governo.
Lula também disse que criticou “determinados pastores” por, em suas palavras, fazerem das igrejas um “partido político”. Conforme o petista, “o cidadão ou a cidadã, quando sai de casa, a família para ir à igreja, ela não vai à igreja para discutir política. Vai à igreja para discutir sua fé, para orar. […] E há pastores que ameaçam pessoas que não querem seguir sua linha. Isso está errado no Brasil”.
REGULAÇÃO DA MÍDIA
Ao ser questionado por um apoiador sobre censura aos meios de comunicação, o petista afirmou ser um “defensor da liberdade dos meios de comunicação”, mas disse que “ela tem que ter o limite do razoável”.
“Em algum momento, a gente vai ter que ter uma regulação”, acrescentou.
Poder 360