O deputado Eduardo Carneiro (Solidariedade) foi recebido ontem à noite pelo governador João Azevêdo a fim de expor os motivos que o levaram a aceitar o desafio de ser candidato a presidente da Assembleia Legislativa do Estado. “A reunião foi excelente. O governador está absolutamente sereno e sempre aberto ao diálogo, marcas que o conduziram a dois mandatos consecutivos ao maior cargo da Paraíba, sem nunca ter disputado antes sequer uma eleição de vereador”, relatou o parlamentar.
Na exposição de motivos que fez ao governador, Eduardo primeiramente lembrou do seu engajamento na reeleição do chefe do Executivo, tanto no primeiro, quanto no segundo turno, “sem titubear, sem impor e nem barganhar absolutamente nada , apenas por achar justa a recondução de alguém que trabalhou tanto pela Paraíba e porque na política a gente tem que ter lado”, recordou o parlamentar.
Eduardo disse também ao governador que não estava em seus planos iniciais ser candidato a presidente da Assembleia, mas foi procurado por diversos colegas, tanto do Governo quanto da oposição, incomodados com a forma que a Casa de Epitácio Pessoa está sendo conduzida atualmente, “com perspectivas de continuar se repetindo com a aprovação da PEC das reeleições que permitiriam ao deputado Adriano Galdino se perpetuar na presidência da Assembleia”.
“Eu disse ao governador que esse modelo antidemocrático que existe hoje na Assembleia não pode continuar e, mesmo respeitando e tendo votado já duas vezes em Adriano Galdino, não tenho medo de enfrentá-lo para restaurar a transparência e o poder do colegiado que contemple o conjunto dos deputados. Porque hoje tudo emana da vontade e decisão soberana do atual presidente, que governa com mão de ferro, sem ouvir os demais membros da Mesa Diretora, sem dar conhecimento interno e externo de seus atos administrativos e criando uma disparidade gritante entre os gabinetes dos deputados “, afirmou Eduardo Carneiro.
Segundo o parlamentar do Solidariedade, foi apresentada ao governador uma lista assinada por diversos parlamentares de vários partidos querendo renovação e democracia na Assembleia.
“E novos nomes já nos procuraram para aumentar esse sentimento, principalmente depois que Adriano inventou essa PEC das reeleições, que permite ele ficar mais dois biênios à frente da AL. Isso é um absurdo. Ele já foi presidente por três vezes e agora quer mais dois mandatos consecutivos. Como se não houvesse deputados capacitados para fazer uma renovação automática tão comum em todos os poderes, seja no TJ, TCE, no MPE, inclusive no Executivo estadual, onde só é permitida uma reeleição”, afirmou Eduardo Carneiro.