O PL ingressou na última terça-feira, 22, com uma ação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pedindo uma verificação das eleições deste ano e a anulação dos votos aplicados em 279 mil urnas eletrônicas. Em tom de alarde e, ao mesmo tempo, de festa, a legenda do presidente Jair Bolsonaro afirmou que há “evidências de desconformidades irreparáveis” nos equipamentos e que, com o descarte desses votos, o atual mandatário estaria reeleito. A investida durou pouco. No dia seguinte, o presidente do TSE, Alexandre de Moraes, rejeitou a ação, aplicou uma multa de quase R$ 23 milhões ao PL e determinou que o presidente da legenda, Valdemar Costa Neto, seja investigado.
De acordo com esta matéria originalmente publicada pela Veja, antes de a ação ser protocolada, Costa Neto esteve algumas vezes com Bolsonaro no Palácio da Alvorada. A aliados, o cacique do PL relatou estar sofrendo crescente pressão por parte do presidente para contestar o resultado eleitoral, já que o relatório apresentado pelo Ministério da Defesa jogou por terra qualquer possibilidade de questionamento. Em um jogo duplo, e sabedor da inviabilidade do andamento do pedido, Valdemar buscou ministros do STF para relatar a investida do próprio Bolsonaro por trás da ação.
E, em um aceno de que não vê qualquer chance de mudar o resultado das eleições, o próprio presidente do PL articula o futuro de Bolsonaro a partir de 1º de janeiro do ano que vem, já considerando o inevitável horizonte de quando ele não tiver mais mandato.
Ao futuro ex-presidente foi oferecida a função de presidente de honra do PL, uma equipe de assessores, um salário polpudo e ainda um gabinete localizado porta com porta com a sede da legenda em Brasília. O espaço conta com dois andares, salas espaçosas e capazes de abrigar mais de uma dezena de assessores, e até um pequeno auditório. A ideia é que, ali, Bolsonaro receba informes, seja abastecido com dados setoriais e os use para respaldar os esperados petardos na gestão de Lula e, assim, tornar-se a principal liderança de direita no país.
Além disso, o próprio Bolsonaro começa a montar o seu time de auxiliares – ex-presidentes da República, por lei, têm direito a manter até oito assessores. Pessoas próximas ao presidente dizem que já foram escolhidos ao menos dois nomes. Um deles é o do assessor especial e segurança Max Guilherme, fiel escudeiro de Bolsonaro.
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