Consórcio Nordeste tratou fortalecimento de órgãos regionais com Lula, diz João Azevêdo

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Próximo presidente do Consórcio Nordeste, o governador da Paraíba, João Azevêdo (PSB), afirma que espera uma retomada das “relações republicanas” entre governo federal e estados, com a posse de Lula, em janeiro. Em entrevista ao UOL, o governador afirmou que teve mais oportunidades de conversar com o futuro presidente do que com Bolsonaro, nos quatro anos de governo, além disso destacou que “o Nordeste não teve a devida atenção exatamente pela posição política que adotou em 2018”, ao se referir à eleição.

Do mesmo partido do vice Geraldo Alckmin e aliado de Lula, Azevêdo fala que espera mais avanços do Nordeste a partir de 2023 e cita o turismo e a produção de energias renováveis. “O Nordeste não pode ser visto hoje como aquele de 50 anos atrás. Somos uma região que gera riqueza muito grande”, afirmou.

Confira trechos da entrevista exclusiva à coluna de Carlos Madeiro:

Importância do consórcio

O consórcio teve função importante enquanto órgão colegiado, que permite uma troca de experiências muito grande. Em janeiro deve haver uma reunião com todos os governadores reeleitos e novos para a gente definir, de forma colegiada e consensual, os caminhos que o consórcio precisa trilhar em 2023, dentro dessa relação nova que se estabelece.

Tratamento do governo federal ao Nordeste

O Nordeste não teve a devida atenção exatamente pela posição política que adotou em 2018 —e ratificou em 2022. O Nordeste teve dificuldades. A Paraíba, por exemplo, mesmo com a nota “A” do Tesouro Nacional, com uma gestão fiscal e financeira estável, não conseguiu empréstimos com entidades financeiras nacionais. Não conseguimos uma assinatura a Caixa Econômica. Ao mesmo tempo, conseguimos com o Banco Mundial, com o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), que têm até nível de exigência maior.

Encontro com Lula pós-eleição

Tivemos uma reunião com o presidente Lula, e ele já agendou outra para janeiro com todos os governadores do Brasil. Especialmente no Nordeste, tivemos uma reunião na qual colocamos expectativas que temos da gestão dos próprios órgãos regionais: Banco do Nordeste, Chesf, Codevasf, Sudene. Eles precisam estar definitivamente afinados com os estados nordestinos. Sem dúvida, nesse curto período já tivemos mais oportunidades de conversar com o presidente Lula, ele nos ouviu [mais que Bolsonaro em quatro anos]. Até durante o período de campanha tivemos reuniões por duas vezes.

Que Nordeste Lula encontrará?

Existem logicamente avanços significativos da região. Ela não pode ser vista hoje como aquela de 50 anos atrás. Geramos uma riqueza muito grande. Temos capacidade de energias renováveis, tanto solar como eólica, que poderão ser 75% geradas aqui. E temos uma perspectiva muito grande do novo combustível, o hidrogênio verde; e o Nordeste estará credenciado a produzir.

Expectativa para o país em 2023

São as melhores possíveis para que a gente possa restabelecer relações republicanas entre estados e governo federal; que a visão sobre políticas públicas de inclusão retomem e levem em conta a insegurança alimentar ainda reina: são 33 milhões de pessoas que passam fome, que precisam ter atenção de todos os governos, mas especialmente federal.

UOL

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