Servidores investigados por fazerem manutenção em sucatas e abastecer veículos sem motor, na prefeitura de Alhandra, na Região Metropolitana de João Pessoa, foram exonerados dos respectivos cargos após decisão do prefeito da cidade, Marcelo Rodrigues. Os exonerados foram alvo da Operação ‘Fuel Fraud’, do Ministério Público da Paraíba (MPPB), na quinta-feira (10).
Os exonerados são o chefe do controle de abastecimento do município, Kenneddy Ricardo Spencel Soares; o secretário municipal de Transporte, Clóvis Ferreira da Silva Neto; além do secretário adjunto de Transporte, Luiz Lourenço da Silva Filho.
No dia da operação, o prefeito Marcelo Rodrigues informou que seria aberto um procedimento disciplinar para apuração das condutas por parte dos servidores citados.
Os três homens são suspeitos de integrarem um esquema que consistia em pagamentos referentes a manutenção de veículos, que não foram feitos, uma vez que os veículos em questão eram sucatas sem uso pela prefeitura. Além disso, também foram registrados abastecimentos de combustíveis em veículos que não tinham motor ou que já haviam sido leiloados.
Segundo investigadores da Delegacia de Combate à Corrupção (Deccor) e do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do MPPB (Gaeco/PB), os crimes estariam sendo realizados entre os anos de 2021 e 2023.
As buscas e apreensões aconteceram na sede da Secretaria de Transportes de Alhandra e em endereços ligados aos três exonerados pela prefeitura.
Operação ‘Fuel Fraud’
Na última quinta-feira (10), foram cumpridos quatro mandados de busca e apreensão em Alhandra. De acordo com as investigações, a prefeitura da cidade pagou cerca de R$ 57 mil em veículos que não estavam mais sendo usados na frota oficial do município.
Pela manutenção de um único carro foi pago cerca de R$ 19 mil. Além disso, uma ambulância que não era mais utilizada recebeu gastos de R$ 29 mil.
A investigação começou após denúncias de um vereador, que identificou os pagamentos irregulares no sistema Sagres do Tribunal de Contas do Estado da Paraíba (TCE-PB). A suspeita é de que os desvios cheguem a R$ 1 milhão em prejuízo aos cofres públicos.