O desembargador Ricardo Vital de Almeida, do Tribunal de Justiça da Paraíba, rejeitou, nesta segunda-feira (06), o pedido da defesa do Padre Egídio Carvalho para tentar anular as investigações sobre a suspeita de desvios no Hospital Padre Zé, em João Pessoa.
Principal alvo da Operação Indignus, Padre Egídio de Carvalho Neto, é suspeito de desviar mais de R$ 13 milhões solicitados por meio de empréstimos junto ao Banco Santander e a Caixa Econômica em nome da instituição durante a sua gestão.
No mês passado, o Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) cumpriu mandados em imóveis de luxo de propriedade do padre. Os crimes vêm sendo investigados desde setembro quando se tornou público o escândalo envolvendo a venda de telefones doados pela Receita Federal. O lucro com a venda, ao invés de serem revertidos para obra, foi parar em contas de terceiros.
O que diz a investigação
A investigação que embasou a Operação Indignus mostra que o Padre Egídio Carvalho, ex-diretor do Hospital Padre Zé, em João Pessoa, é o verdadeiro proprietário de imóveis de luxo. A suspeita é que Carvalho seja dono de 10 apartamentos, alguns considerados de elevadíssimo alto padrão.
Segundo apurou a reportagem, a Força-Tarefa liderada pelo Ministério Público da Paraíba aponta para uma confusão patrimonial entre os bens e valores de propriedade das referidas pessoas jurídicas com o religioso.
Foi constatada uma considerável relação de imóveis atribuídos, aparentemente sem forma lícita de custeio, quase todos de elevado padrão, adornados e reformados com produtos de excelentes marcas de valores agregados altos.
As primeiras provas apontam possíveis desvios de recursos públicos destinados a fins específicos, por meio da falsificação de documentos e pagamento de propinas a funcionários vinculados às referidas entidades.
As condutas indicam a prática, em princípio, dos delitos de organização criminosa, lavagem de capitais, peculato e falsificação de documentos públicos e privados.
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