Professora do RJ ficou oito dias presa por crime na Paraíba que nunca cometeu

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A professora Samara Araújo, de apenas 23 anos, ficou oito dias presa por engano no presídio feminino de Benfica, localizado no Rio de Janeiro, sendo liberada nesta última sexta-feira (1º). O Tribunal de Justiça da Paraíba (TJPB) expediu um mandado de prisão em seu nome por um crime de extorsão em 2010. Samara tinha apenas dez anos.

Enquanto dava aula particular em Rio Bonito, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, os policiais apareceram e cumpriram o mandado de prisão contra a professora. Na hora, Samara revela que entrou em desespero.

Sua jornada dentro do presídio, é claro, não foi nada fácil. Além de enfrentar a superlotação do local, onde dividiu cela com mais 21 mulheres, precisou lutar contra os próprios pensamentos. “Eu fiquei com a sensação que eu ia ficar lá abandonada”, disse.

“Eu arranjei um colchão no canto e fiquei os dias lá. Três noites eu dividi com uma pessoa de confiança, depois ela foi pra Bangu [outro presídio]Todo dia chegava gente e ia gente embora. Era temporário. Mas chegou a ficar 21 mulheres na cela”, conta.

Além disso, os oito dias a mantiveram distante do seu filho de dois anos de idade e de toda sua família. Todos, incluindo Samara, também perderam um evento importante para a professora: sua própria formatura. Formada em Matemática pela Universidade Federal Fluminense (UFF), ela foi presa injustamente próximo à data da cerimônia.

Durante todo esse período, seus familiares se mobilizaram a favor da professora. O pai de Samara, por exemplo, dormiu na porta da penitenciária todos os dias, dentro do carro, até a liberação dela. Quando voltou para casa, foi recebido com muita emoção por todos.

O crime na Paraíba

Em 2010, um comerciante de São Francisco, na Paraíba, foi coagido por telefone por uma pessoa que dizia estar armada na frente da loja. Com medo da morte, o homem teve que fazer oito transferências de R$ 1 mil.

As investigações mostraram que uma das contas estava no CPF de uma moradora de Rio Bonito, a mais de 2 mil quilômetros de distância. De acordo com a defesa de Samara, o CPF dela foi roubado e usado pelos criminosos para abrir as contas bancárias. Indignada, ela não pretende esquecer o que aconteceu.

“Sempre trabalhei, dei minhas aulas, faço tudo correto, nunca esperava parar ali”, afirma a jovem.

A correção

O Ministério Público da Paraíba (MPPB) afirma que se manifestou favorável à defesa assim que ficou ciente, na última terça-feira (28). O órgão confirmou que o grupo criminoso usava CPF de terceiros.

Já o TJPB disse que o alvará de soltura foi expedido e que o próprio advogado de Samara agradeceu o empenho da Justiça em solucionar o caso.

G1

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