Papa Francisco esclarece que bênçãos a casais homossexuais não é endosso a união

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Em uma tentativa de dar mais nitidez sobre a declaração dada pelo Vaticano acerca das bênçãos para casais do mesmo sexo, o Papa Francisco afirmou nesta sexta-feira, 26, que tais bênçãos não constituem um aval a um estilo de vida que a Igreja considera potencialmente pecaminoso. Em vez disso, tratam-se de manifestações de indivíduos que buscam se aproximar de Deus.

Debate intenso dentro da Igreja

A declaração feita em 18 de dezembro provocou um amplo debate na Igreja, com bispos de alguns países se negando a permitir que seus sacerdotes a implementassem. As falas mais recentes do Papa foram feitas em um discurso aos integrantes do departamento doutrinário do Vaticano.

Entrevista esclarecedora do cardeal Víctor Manuel Fernández

Em meio à confusão, o chefe do departamento, cardeal Víctor Manuel Fernández, deu uma série de entrevistas para elucidar o propósito do documento intitulado “Fiducia Supplicans” (Confiança Suplicante). Segundo o papa, a intenção das bênçãos é “mostrar concretamente a proximidade do Senhor e da Igreja a todos aqueles que, encontrando-se em diferentes situações, pedem ajuda para continuar – às vezes começar – uma jornada de fé”.

A posição da Igreja sobre a homossexualidade

A Igreja continua a manter que o sexo gay é pecaminoso e, portanto, aqueles atraídos por pessoas do mesmo sexo – atração que, por si só, não é considerada pecaminosa – devem procurar viver de forma casta. Francisco reforçou que, embora a “perfeição moral” não seja exigida daqueles que procuram tais bênçãos, elas não se destinam a justificar um relacionamento que a Igreja considera irregular.

Francisco: “Não a união, mas as pessoas”

“Quando um casal se apresenta espontaneamente para pedi-la, não se abençoa a união, mas simplesmente as pessoas que juntas a solicitaram. Não a união, mas as pessoas”, garantiu Francisco. O pontífice também frisou que tais bênçãos não devem ser realizadas em um contexto litúrgico.

Reestruturação da Igreja

Desde a sua eleição em 2013, Francisco tem feito esforços para tornar a Igreja mais acolhedora para as pessoas LGBT, embora a doutrina moral não tenha sido alterada. Em seu discurso na sexta-feira, o Papa pareceu reconhecer a resistência que o documento provocou, particularmente na África, onde bispos basicamente o recusaram e onde, em alguns países, a atividade entre pessoas do mesmo sexo pode levar à prisão ou até mesmo à pena de morte.

Ainda de acordo com as palavras de Francisco, os sacerdotes que dão as bênçãos devem “naturalmente levar em conta o contexto, as sensibilidades, os lugares onde se vive e as formas mais adequadas de fazê-la”.

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