A Polícia Civil indiciou o médico Fernando Paredes Cunha Lima pelos crimes de estupro de vulnerável contra crianças. O caso foi encaminhado na última segunda-feira (12) para Justiça. Por se tratar de ato criminoso contra menor, a ação tramitará de forma sigilosa. O próximo passo é encaminhamento para análise do Ministério Público da Paraíba, que decidirá pela oferta da denúncia ou não.
Em entrevista coletiva na manhã desta quarta-feira (14), a delegada Isabel Costa afirmou que a investigação concluiu que o profissional abusou quatro crianças, entre quatro e 12 anos.
“Além dos depoimentos das vítimas, foram realizados exames periciais. De acordo com o apurado, a Polícia, mediante dos fatos, indiciou o investigado. Com relação à prisão, é uma medida cautelar sigilosa, prefiro não me manifestar sobre o assunto”, disse a delegada.
Como o crime contra a sobrinha de Fernando, Gabriela Cunha Lima, aconteceu há mais de 30 anos, ela deve figurar como testemunha no âmbito judicial. “Elas foram ouvidas e os depoimentos serão encaminhados dentro do inquérito”, explicou o delegado Cristiano Santana.
Entenda o caso
O médico Fernando Cunha Lima é investigado pela suspeita de abusar crianças. O primeiro caso denunciado é de uma menina de nove anos. Segundo a mãe da vítima, o crime teria acontecido dentro de seu próprio consultório médico no dia 25 de julho, em João Pessoa.
Após a consulta, a mãe da menina foi até uma unidade da Polícia Civil onde foi registrado o Boletim de Ocorrência com a denúncia. Em seguida, Gabriela Cunha Lima, a sobrinha de Fernando, foi a público e denunciou o suspeito.
“A gente frequentava a casa dele, veraneava. Em um desses dias, ele me acordou. Eu dormia no quarto da filha dele. Eu lembro que ele tinha voltado para almoçar. Ele ficou brincando comigo, dizendo que eu tinha acordado de madrugada com saudades do meus pais. Eu fiquei sem entender, porque não lembrava de ter acordado de madrugada. Quando foi mais tarde, todo mundo desceu e ele me chamou no quarto”, relatou.
“Ele [Fernando Cunha Lima] abaixou a calça e pediu para eu colocar as mãos nos órgãos dele, ficar fazendo movimento. Ele pediu para eu baixar a minha calça e colocou nas minhas partes e pediu segredo”
Na última sexta-feira (09), Fernando Cunha Lima foi até a Delegacia de Repressão a Crimes contra a Infância e Juventude para prestar depoimento, mas evitou responder aos questionamentos da imprensa ao deixar o local.
O advogado Aécio Farias, responsável pela defesa, informou que Cunha Lima negou as acusações.
“Ele [Fernando] foi ouvido e respondeu a todas as perguntas feitas pela Polícia. Ele negou as acusações, disse que são inverídicas, inclusive da sobrinha [Gabriela Cunha Lima]”, disse.
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