O ministro Alexandre de Moraes (foto), do Supremo Tribunal Federal, afirmou na sexta-feira, 30 de agosto, que o Judiciário não pode ser manipulado pelas redes sociais.
A declaração foi feita após o magistrado determinar a suspensão do X, o antigo Twitter, no Brasil. A plataforma começou a ser suspensa na madrugada deste sábado.
“As redes sociais, a inteligência artificial devem nos melhorar como sociedade. Não temos que ser manipulados pelas redes sociais. Temos que utilizar esses instrumentos para o bem e ter coragem para o enfrentamento”, disse durante discurso no evento no Colégio de Procuradores de Justiça de São Paulo, onde o ministro do STF foi homenageado.
Moraes determinou na sexta-feira a derrubada “imediata, completa e integral” das atividades do X. O magistrado tomou a decisão depois de a plataforma de Elon Musk se recusar a apontar um novo representante legal no país.
A decisão vale até que todas as ordens judiciais proferidas pelo magistrado relacionadas ao X sejam cumpridas.
No X, Elon Musk afirmou na madrugada deste sábado que começará a publicar o que chamou de “longa lista de crimes” de Moraes.
“Obviamente, ele não precisa obedecer às leis dos EUA, mas precisa obedecer às leis do seu próprio país. Ele é um ditador e uma fraude, não um juiz”, escreveu o dono da plataforma.
Senadores voltam a pressionar por impeachment de Moraes
Deputados e senadores criticaram a decisão de Moraes de suspender a plataforma X e voltaram a pressionar pelo impeachment do magistrado. Como mostramos, deputados iniciaram a coleta de assinaturas para apresentar uma denúncia por crime de responsabilidade para apurar eventuais abusos por parte do integrante da Suprema Corte.
O ex-vice-presidente e senador Hamilton Mourão (Republicanos), por exemplo, disse que Moraes tomou “a mais torpe, abusiva e anticonstitucional decisão já produzida no Brasil”.
“Os demais ministros e o Congresso Federal não podem se calar, pois se assim o fizerem serão cúmplices deste lastimável episódio da pseudodemocracia brasileira”, disse o senador.
O líder da oposição no Senado, Rogério Marinho (PL-RN), também criticou o despacho do ministro do STF.
“Censura escancarada, medida que nos iguala as piores ditaduras do planeta e coroa escalada autoritária que desequilibra jogo democrático. Aqueles que hoje celebram o arbítrio e banalizam a exceção, no futuro também serão atingidos. A história não perdoará a omissão”, declarou o parlamentar.
O Antagonista