Entre 500 e 600 sites de casas de apostas esportivas — as populares bets — devem ser retirados do ar na próxima semana através de uma megaoperação conjunta da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) com a Secretaria de Prêmios e Apostas (SPA), do Ministério da Fazenda. A informação foi reforçada nesta segunda-feira, 30, pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, durante uma entrevista à rádio CBN. Ele também alertou os apostadores, para que eles retirem o dinheiro que têm depositado nesses sites.
No último dia 16, a SPA baixou uma nova portaria endurecendo o processo de regularização das bets. As casas de aposta deveriam ter dado entrada no processo de regularização até o final de agosto, mas de acordo com o radar das autoridades, quase 600 sites não o fizeram. Por isso, a nova portaria deu um novo prazo, até esta segunda, para que essas casas de aposta cumprissem as regras estabelecidas pelo governo federal.
Quem não der entrada no pedido de regularização, vai ficar impedido de oferecer apostas a partir desta terça, 1º. Os sites permanecerão no ar por dez dias, apenas para que os apostadores possam resgatar o dinheiro que investiram nesses sites. Depois do dia 10 de outubro, a Anatel e a SPA (com eventual apoio da Polícia Federal) tirarão do ar as bets que não estiverem de acordo com as normas do governo federal.
Endividamento
Além dessa operação, o governo também se prepara para tomar outras medidas que contem o endividamento da população. Depois de um relatório do Banco Central mostrar que, apenas em agosto, as pessoas gastaram três bilhões de reais do Bolsa Família com apostas, várias pastas do governo Lula se articulam para impedir que o dinheiro da benesse seja gasto em sites de bets.
Em entrevista, o ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias, disse que quem usar dinheiro do Bolsa Família em apostas pode perder o benefício. Na sexta-feira passada, 27, Haddad culpou o crescimento vertiginoso do setor à falta de regulamentação durante os quatro anos do governo Bolsonaro e prometeu a fiscalização “CPF por CPF” da atividade.