O presidente do STF, Luís Roberto Barroso, fez um pronunciamento nesta quinta-feira em que descreve o atentado de um homem-bomba na noite anterior como a sequência de episódios que começaram com ameaças a ministros da Corte nos últimos anos e culminaram nos ataques golpistas às sedes dos Três Poderes em 8 de janeiro de 2023.
O ministro do Supremo também criticou o projeto bolsonarista de anistia aos participantes e idealizadores das invasões e depredações das instituições da República: “Algumas pessoas foram da indignação à pena, procurando naturalizar o absurdo. Não veem que dão um incentivo para que o mesmo tipo de comportamento ocorra outras vezes. Querem perdoar sem antes sequer condenar”, afirmou.
“A gravidade do atentado de ontem nos alerta para a preocupante realidade de que persiste no Brasil a ideia de aplacar e deslegitimar a democracia e suas instituições, numa perspectiva autoritária e não pluralista de exercício do poder, inspirada pela intolerância, pela violência e pela desinformação. Reforça também, e sobretudo, a necessidade de responsabilização de todos que atentem contra a democracia”, acrescentou Barroso.
Lembrando que, na sexta-feira, haverá o feriado para celebrar a Proclamação da República, o presidente do STF disse ser “uma boa hora de renovarmos nossos votos e nossa crença nos valores republicanos” e propôs “uma pequena Revolução ética e espiritual”.
Barroso afirmou que a democracia tem lugar para conservadores, liberais e progressistas, todos livres e iguais, mas não comporta quem não respeita as regras da própria democracia nem os direitos fundamentais dos outros.
“O episódio de ontem será apenas mais uma cicatriz na história. Uma história de superação e progressiva construção de um país melhor e maior”, concluiu.
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