O cantor e compositor Alcymar Monteiro afirmou, em entrevista ao Programa Hora H, da Rede Mais, que prezar pelo forró na festa de São João é uma questão de respeito à etnia do povo nordestino e precisa ser mais valorizado pelo poder público.
“Forró para mim tá na partitura, mas é gênero musical. Você não pode pegar um gênero musical brasileiro e renegá-lo como se ele não tivesse valor. É uma falta de respeito a nossa etnia como povo, como gente, a Luiz Gonzaga e Jackson de Pandeiro”, indagou o artista.
Ao se referir à festa da cidade de Patos, na Paraíba, o artista pontuou um detalhe que podia abrilhantar ainda mais a festa e contribuir para a valorização da cultura nordestina. “É um grande São João, só falta botar forró. É o seguinte, bote quem quiser, eu não faço questão. Mas bote uma noite só de forró: eu, Flávio José, Jorge de Altinho, Santana, esse pessoal todo que canta o verdadeiro forró”, desabafou Alcymar.
Quando perguntado sobre a fórmula para a música fazer sucesso, ele disse que a canção “tem que ter cheiro de povo, se você não tiver aquela coisa que envolve o ouvinte, não vai”.
Alcymar comentou sobre seu processo criativo e concluiu que a canção pode vir aleatoriamente e em qualquer lugar. Ele considerou a composição como um processo espiritual. “Não tem momento. Pode vir num bar na esquina, na rua, as vezes componho dentro do carro. A música é espiritual”, declarou.
O cantor ainda citou a importância da música como um meio de o artista se conectar com as pessoas. “A música tem que ser verdadeira. Quando tu canta a tua verdade, toca na verdade de outras pessoas”, concluiu Alcymar.
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